História

A Escola Secundária Avelar Brotero começou por ocupar a antiga Igreja da Trindade (cedida pela Câmara Municipal de Coimbra)com o nome de Escola de Desenho Industrial, fundada por António Augusto de Aguiar.
Em Fevereiro de 1889, é elevada a escola Industrial e necessitava de mais espaço, tendo sido anexadas o andar superior da fachada oeste do Jardim da Manga, a fachada sul do mesmo, a antiga capela do noviciado, o pavimento térreo das duas fachadas e o próprio Jardim da Manga que servia de recreio. Chegou a existir um projecto de um edifício novo entre o mercado D. Pedro V e a actual Praça da República, projeto esse que nunca veio a ser construído. Sendo uma escola industrial, necessitava de ter oficinas de trabalho que ficaram instaladas nas casas baixas do claustro da Manga, mas com o passar do tempo e com o aumento da frequência escolar, ferramentas e maquinaria, teve que se recorrer à construção de pavilhões sobre os tanques do Jardim. E foi nessas instalações, progressivamente beneficiadas, que a escola funcionou durante anos.
Mas a 13 de Janeiro de 1917, um incêndio destruiu uma parte das instalações. Devido ao incêndio, a Brotero foi transferida para a Quinta de Santa Cruz na antigaimagesGLWC1ID2 casa de verão do Prior (espaço que hoje ocupado pela AAC - Associação Académica de Coimbra), mantendo-se apenas as oficinas no Jardim da Manga.

Em 1926, a brotero partilhou as instalações com o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, mas devido à escassez das mesmas, a distância a que se encontravam das oficinas e do centro de Coimbra e a morosidade que se verificou na construção do novo edifício junto à Praça da República, levou a mudança de instalações dos dois estabelecimentos de ensino para a antiga hospedaria de Santa Cruz e residência do seu Prior frente ao Mercado D. Pedro V, onde ficou por mais de 35 anos e onde actualmente funciona a Escola Secundária Jaime Cortesão. O edifício construido na Praça da República nunca chegou a ser ocupado pela Brotero. Mais tarde, a 25 de Agosto de 1948, com a reforma do ensino Técnico Profissional, foram atribuidos à escola os seguinte cursos: Ciclo Preparatório; Cursos de Formação de Serralheiros; Montadores Electricistas; Carpinteiros-marceneiros, Ceramistas, Curso de Formação Feminina (a funcionarem quatro ou três anos, conforme constituísse ou não habilitação para o Magistério Primário, Bordados); Curso Geral de Comércio; secções Preparatórias para os Institutos Industriais e Comerciais; Cursos de Especialização (em regime de ensino de formação) de Mecânica de Automóveis, Desenhador de Construção Civil e Modista de Vestidos, Curso de Mestrança de Construtor Civil, incluindo um ano preparatório. Estes cursos não tinham acesso directo à universidade, os diplomados eram técnicos que a vida activa de imediato aguardava. E o desemprego não era uma constante para estes jovens. As empresas contratavam-nos já nas salas de aula. Os alunos da Brotero eram admitidos nalgumas das maiores empresas do país, (TAP, CTT, EDP, TRIUNFO, CIMPOR, CUF, LISNAVE, PORTUCEL); em serviços públicos diversos; em indústrias artísticas; em variadíssimos serviços e empresas; nos melhores gabinetes de desenho técnico nacionais e até do estrangeiro (África do Sul, Austrália, Brasil), por vezes em lugares de chefia.

Em 1960, a escola muda as suas instalações para um novo edifício junto ao Estádio de Coimbra (edifício onde se encontra nos dias de hoje). Entre os anos 60 e 70, aconteceu a chamada explosão escolar. Grande massa da população acorreu à Escola. O Ministro Veiga Simão, reconhecendo a todos o direito à educação e defendendo a igualdade de oportunidades, arquivou a dicotomia Ensino Liceal e Ensino Técnico Profissional, fazendo surgir em seu lugar um Ensino Secundário, Liceal ou Técnico. Foi assim que nos primórdios da década de 70, os Cursos de Formação e de Aperfeiçoamento do Ensino Técnico foram, progressivamente, dando lugar aos Cursos Gerais e Complementares do Ensino Secundário Técnico, os quais, mediante certas condições, viriam também a dar acesso à Universidade. Na agora (1971) denominada Escola Técnica de Avelar Brotero (liberta do seu Ciclo Preparatório, unificado em 1968/69 com o 1º ciclo do Ensino Liceal, dando origem ao Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, que ainda funcionou na Brotero durante alguns anos), começaram a ministrar-se em 1971/72 os novos Cursos Gerais e em 1973/74 os novos Complementares (estes dos sectores Industrial, dos Serviços e das Artes Visuais).